A obra de Lewis Caroll é aqui redescoberta numa viagem através do sonho. Para mergulharmos neste mundo que oscila entre a loucura e a fantasia, propomos uma encenação única que assentamos numa cor neutra e intemporal: o branco.
E porquê? Porque o branco consegue suportar e ligar todos os contextos, tal como o espelho nos dá o brilho e reflete a verdade. Uma tonalidade pura e flexível capaz de se adaptar a várias realidades. Um toque angélico que contrasta com o “absurdo” deste reino encantador. Neste universo imaculado, as personagens estão imbuídas numa busca pela sua identidade assente no valor do tempo e das suas experiências pessoais.
O espaço temporal está sempre desregulado, pois umas vezes os ponteiros do relógio estão parados, assim o sente o Chapeleiro louco, como noutras eles andam a uma velocidade cósmica, pensará a Lagarta, ou até este é capaz de nos engolir no nosso dia-a-dia, à imagem do Coelho que está sempre atrasado. O tic tac do tempo que nos condena ao inevitável. Uma maldição que absorve a sociedade e a modula habilmente. O espírito que manipula o individuo é um outro enfoque da nossa proposta. E que melhor modo para o simbolizar senão através das marionetas e das formas animadas? A dualidade de seres que partilham o mesmo corpo e a mesma alma. A pessoa e o objeto. Um resultado final onde o espírito deambula livremente e que nos transporta para uma fuga até ao país maravilhoso do sonho.
A partir de Lewis Carroll
Dramaturgia | Filipe Gouveia e Rita Calatré
Encenação e Conceção Plástica | Xico Alves
Interpretação | Filipe Gouveia, Rita Calatré, Paulo Pires, Vítor Fernandes
Música Original e Desenho de Som | Paulo Pires
Desenho de Luz | Luís Viegas e Fernando Oliveira
Coreografia | Daniela Ferreira
Figurinos | Cláudia Ribeiro
Construção de Cenografia | Sofia Silva
Desenho de Marionetas | Sandra Neves
Construção de Marionetas | Hernâni Costa Miranda
Vídeo | Openfield Creativelab
Grafismo | Glitz Design
Produção | Alejandrina Romero, Susana Morais e Fred Meireles